Super pedido de impeachment está ligado à politica do genocídio praticada por Bolsonaro

Na semana em que veio à tona mais um escândalo de corrupção no Governo Bolsonaro, sobre as irregularidades na compra de vacinas, foi protocolado nesta quarta-feira (30) na Câmara dos Deputados o super pedido de impeachment de Jair Bolsonaro. A peça jurídica foi elaborada por um grupo de juristas e atribui ao presidente 23 crimes de responsabilidade divididos em sete categorias. O pedido tem 46 signatários e agrupa argumentos de outros 123 pedidos de impeachment que aguarda decisão do presidente da Câmara.   

Em sua live semanal pelas redes sociais, chamada Direto ao Ponto, que acontece todas as quartas-feiras às 19h30min, o deputado federal Pedro Uczai (PT/SC), lembrou que o super pedido de impeachment está diretamente ligado à política da morte praticada por Bolsonaro na gestão da pandemia da Covid19. “Eles difundiram teses criminosas como a imunidade de rebanho, estimularam o uso de medicamentos sem eficácia no combate à covid, não compraram vacinas e quando resolveram comprar imunizantes estavam mais preocupados em negociar propina,” destacou o parlamentar.

O novo pedido de impeachment que chegou na mesa do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP), ainda elencou os crimes de Jair Bolsonaro contra a existência da União; contra o livre exercício dos poderes Legislativo e Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados; contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; contra a probidade na administração; contra a segurança interna; contra a guarda e legal emprego do dinheiro público; e contra o cumprimento de decisões judiciárias.

Outro ponto da peça jurídica que pede o afastamento do presidente da República é o escândalo de corrupção que envolve o Ministério da Saúde e o Líder do Governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP). O parlamentar usou sua influência para que o governo fechasse um contrato de compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin à um preço de 1,6 bilhões. Valores muito acima do praticado no mercado internacional. A suspeita é de que havia sido montado um esquema fraudulento para desviar 200 milhões via uma off-shore num paraíso fiscal. As irregularidades foram denunciadas por um servidor do Ministério da Saúde.

Já em entrevista à Folha de São Paulo, Luiz Paulo Dominguetti, representante da empresa Davati Medical Supply, que vende vacinas da Astrazeneca, disse que recebeu um pedido de propina de 1 dólar por dose de vacina feito pelo diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias durante um encontro no Brasília Shopping. Ferreira Dias é indicado para o cargo e apadrinhado político do deputado Ricardo Barros, que inclusive já foi ministro da saúde no governo de Michel Temer (MDB).

O novo pedido de impeachment foi assinado por todos os partidos políticos do campo da esquerda e centro-esquerda: PT, PCDOB, PSB, PDT, PSOL, CIDADANIA, REDE, PCO, UP, PSTU E PCB. Também assinaram a peça representantes da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No próximo sábado, dia 03 de julho, partidos políticos, entidades do movimento sindical e popular, personalidades, intelectuais e juristas estão convocando mais uma grande mobilização nacional pelo #ForaBolsonaro.

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