Os efeitos da Emenda Constitucional 95, que congelou os investimentos públicos por 20 anos na saúde e educação, já podem ser percebidos e trazem os graves prejuízos à sociedade brasileira. Em 2019 está previsto o corte de 198 mil bolsas pagas a estudantes, pesquisadores e professores ligados à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Na prática, o orçamento apresentado pelo governo golpista de Michel Temer (MDB) para o órgão representa o fim dos programas de pós-graduação no país.
Iniciativas como a Universidade Aberta e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) devem ser interrompidas. Somente no caso da Universidade Aberta, a previsão é de que cerca de 245 mil pessoas sejam prejudicadas. Para o professor e deputado federal Pedro Uczai (PT/SC), essa é mais uma prova do descaso dos golpistas com a população brasileira.
“Temer torrou bilhões de Reais para escapar da investigação de seus crimes e quem paga a conta é o povo. A saúde pública está com muitos problemas, os recursos para a assistência social praticamente desapareceram e agora o futuro da ciência produzida no Brasil está incerto”, denunciou o parlamentar, que foi pró-reitor de pós-graduação, pesquisa e extensão do Campus Chapecó da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc).
Lembrando o também professor Darcy Riberio, idealizador e primeiro reitor da Universidade de Brasília (UnB), Uczai continuou: “fica nítido que baixar a qualidade da nossa educação faz parte desse projeto implementado pela elite golpista que não aceita a emancipação popular e a igualdade de oportunidades”, lamentou.
Estudantes e professores brasileiros que desenvolvem pesquisas em parceria com instituições internacionais também serão atingidos, fragilizando ainda mais o processo de produção científica empreendido no Brasil. “O saber acadêmico é construído de forma coletiva, com especialistas de diferentes áreas trabalhando juntos para desenvolver conhecimento, além de intensa troca entre os centros de pesquisa, sejam de técnicas ou de pessoal, com o objetivo de melhor aproveitar as inteligências dedicadas à ciência”, explicou Uczai. “Como ficará para os nossos pesquisadores, que serão obrigadas a abandonar os projetos nos quais estão inseridos”, finalizou o professor e deputado federal Pedro Uczai.
