Membro da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Pedro Uczai (PT/SC) disse que causa estranheza a postura do ministro da Educação do governo Bolsonaro (PSL), Abraham Weintraub, que compareceu na casa para prestar esclarecimentos sobre os cortes aplicados na área pelo ministério.
“É o primeiro ministro da história que não defende mais recursos para a educação. Defende apenas o ajuste fiscal do ministro da Economia e justifica os cortes na educação. Com essa postura, o ministério está fadado ao fracasso”. Uczai também cobrou posicionamento de Weintraub sobre a emenda constitucional 95, que congela verbas para a educação e outras áreas por 20 anos.
“Como atingir as metas do PNE na educação infantil, fundamental, médio, profissionalizante, superior, mestrado e doutorado, bem como ciência e tecnologia? Como fazer isso sem revogar a emenda 95 e ainda fazendo cortes? Qual a sua proposta? Apresente sua proposta, questionou”.
O parlamentar também criticou o discurso de colocar em contradição o ensino infantil e básico, com o ensino superior, que esconde os verdadeiros objetivos do governo. “Como melhorar a qualidade dos professores municipais e estaduais, se não formar universitários, mestres e doutores?”, indagou.
Para Uczai, o ministro não respondeu a grande maioria dos questionamentos feitos por ele e os demais deputados. Lamentou ainda a intransigência do ministro em se recusar a dialogar com estudantes que representavam a União Nacional de Estudantes (UNE) e a União Brasileira de Estudantes Secudaristas (UBES). “Mostra que esse governo não tem o menor respeito com os estudantes e interesse no avanço da educação brasileira”.
Uczai também entregou a Carta de Florianópolis, produzida em Seminário realizado na segunda-feira (20) na UFSC que, entre outras questões, pede a reversão do corte de verbas na educação e o respeito a autonomia das universidade e institutos federais de educação.
