Plenária organiza mobilização contra a privatização da Eletrobras

Uma grande plenária realizada na manhã desta quarta-feira, 26 de maio, marcou uma nova etapa na mobilização contra a privatização da Eletrobras e encaminhou uma série de ações de luta para os próximos dias. A plenária, que reuniu mais de 600 participantes na plataforma de videoconferência, além das pessoas que acompanharam a transmissão ao vivo nas redes sociais, aconteceu após aprovação da Medida Provisória (MP) 1031, aprovada na semana passada pelos deputados federais e que agora vai à votação no Senado.

Convocada por diferentes frentes parlamentares do Congresso e por entidades do movimento sindical, a plenária evidenciou a disposição de luta das organizações da sociedade civil, em especial do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), movimento em defesa da Eletrobras Pública, prestando serviço de qualidade para o povo brasileiro e com preço justo.

Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Eletrosul, o deputado federal Pedro Uczai (PT-SC) articulou e coordenou a plenária, que contou com a participação de lideranças políticas e sociais de todo o país. Para o deputado, a mobilização da sociedade nas ruas no próximo dia 29 de maio e a articulação junto aos senadores são fundamentais para impedir a privatização da Eletrobras.

“Uma batalha nós perdemos na Câmara. Mas agora aumentou a mobilização, está aumentando a força e vamos derrotá-los no Senado. Não à privatização da Eletrobras”, defendeu o deputado Pedro Uczai. “Nessa articulação com a sociedade brasileira, com os eletricitários, com outras organizações, a gente avança na resistência para derrotar a MP 1031”, complementou o deputado. 

Senadores se comprometem com a luta contra a privatização

Participaram da plenária os senadores Jean-Paul Prates (PT-RN) e Zenaide Maia (PROS-RN), que assumiram a tarefa de articular a luta contra a privatização da Eletrobras no Senado Federal. Também se manifestaram na plenária os deputados federais Danilo Cabral (PSB-PE), Glauber Braga (PSOL-RJ), Reginaldo Lopes (PT-MG), Henrique Fontana (PT-RS), Erika Kokay (PT-DF) e Alessandro Molon (PSB-RJ).

A senadora Zenaide Maia, que preside a Frente Parlamentar Mista da Soberania Nacional, abriu o evento denunciando que o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, querem vender o patrimônio do povo brasileiro. De acordo com a senadora, a luta contra a privatização da Eletrobras deve ser de todos, independente de partido.

“Nós não podemos ficar parados vendo o governo federal vendendo o patrimônio do povo e deixando a gente mais pobre em soberania. Porque a gente sabe que a soberania não é só cuidar dos mais de 8 milhões e 500 mil metros quadrados de superfície desse país. Nós temos que defender toda a forma de vida que habita este país. E é tudo que não está se fazendo, que o governo não quer fazer. Eu espero e vou lutar para que o Senado Federal não aprove isso”, se comprometeu a senadora Zenaide Maia. 

Para o senador Jean-Paul Prates, que  já foi secretário de Estado de Energia do Rio Grande do Norte, é preciso chamar a atenção da população para as consequências da privatização da Eletrobras, que significa a diluição do capital da empresa e a venda de seu controle. O senador Jean-Paul destacou que a conta de luz dos brasileiros vai aumentar com a privatização da Eletrobras — uma projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indica que as contas de luz vão subir, de imediato, entre 16% a 17% em todo o território nacional.

“Uma coisa que é importante lembrar ao povo brasileiro, para o Nordeste e Sudeste, é de que esta é a holding das holdings do sistema elétrico”, destacou o senador, que também fez uma série de denúncias em relação ao texto da MP e sua tramitação. “Tem lobbies atuando, tem enxertos legislativos, jabutis, nessa questão da Petrobras, que não tem nada a ver com isso, que é a regionalização de leilão, que é a criação de reserva para PCH, pequena central hidrelétrica”, argumentou. “Ela [a MP] é totalmente desconcatenada, claro, porque cada artigo deste está atendendo um grupo específico. Aí, virou um ‘Frankenstein’. Essa MP é um ‘Frankenstein’ da privatização geral, da entrega do controle e do aumento da conta de luz”, denunciou. 

Representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), da Federação Única dos Petroleiros (FUP), da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) se manifestaram na plenária, se solidarizando e convocando a sociedade para a luta nas ruas contra a privatização da Eletrobras e em defesa da soberania nacional.

Encaminhamentos da plenária

Os participantes da plenária contra a privatização da Eletrobras decidiram realizar reuniões com senadores e governadores nos próximos dias, ampliar as intervenções nas redes sociais e preparar ações judiciais para barrar a Medida Provisória no Senado.

Outro encaminhamento, reforçado por diversas lideranças na plenária, foi a inclusão da luta contra a privatização nos atos de rua que serão realizados no próximo sábado, 29 de maio, em todo o país.

Uma nova plenária online será realizada no dia 1º de junho e deve reunir cerca de duas mil pessoas, conforme acordado e encaminhado entre as entidades que participaram do evento nesta quarta-feira. Todos os senadores da República deverão ser convidados para participar e se posicionar, além de governadores e entidades nacionais. 

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