Nota de Solidariedade à Deputada Estadual Luciane Carminatti

Venho a público manifestar minha profunda solidariedade à companheira e deputada estadual Luciane Carminatti (PT-SC) pelas agressões sofridas por ela durante palestra sobre participação feminina na política, no encontro estadual de vereadores e vereadoras, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Manifesto também o meu repúdio a quem, em pleno século 21, ainda ousa tentar calar a voz de uma mulher.

Na semana passada, ao apresentar dados oficiais sobre violência contra as mulheres, Luciane Carminatti foi covardemente interrompida por um vereador, que repetia insistentemente que “violência é violência”, negando a violência de gênero e evidenciando seu desrespeito às mulheres e seu machismo.

Conforme relato publicado em suas redes sociais, a deputada Luciane Carminatti concluiu sua fala, “mesmo sendo publicamente atacada, desrespeitada e constrangida em meu direito de expressão como palestrante convidada”. “Fiz isso por mim e por todas as mulheres covardemente silenciadas”, afirmou Luciane.

Aproveito esta nota de solidariedade para reproduzir também algumas perguntas feitas pela deputada Luciane Carminatti após o ocorrido: “Como pode, em pleno século 21, um sujeito tentar impedir o debate sobre a dura realidade da violência doméstica no estado em que vivemos? Como pode uma pessoa eleita para representar a sociedade na tarefa de legislar não enxergar a realidade no seu município, nem combater uma prática covarde e violenta por si?”.

Me somo às demais manifestações de solidariedade com a certeza de que Luciane não sucumbirá jamais. Precisamos, todas e todos nós, nos indignarmos e nos manifestarmos contra todo o tipo de violência às mulheres, seja ela física, psicológica, sexual e política. E nós, homens, precisamos desconstruir o nosso machismo dia após dia, ouvindo as mulheres, corrigindo nossos erros e repudiando qualquer ato ou fala machista em nossas rodas de conversa.

Luciane Carminatti foi eleita com 61.271 votos para o terceiro mandato em 2018 e tem uma longa trajetória em defesa da educação pública e da igualdade de gênero. É a mulher mais votada da história da Alesc e coordena a bancada feminina da Assembleia Legislativa. Nem Luciane nem nenhuma outra mulher devem ser interrompidas ou desrespeitadas. Opiniões divergentes fazem parte da democracia, mas não há mais espaço para o machismo. As mulheres têm que ter o seu lugar de fala respeitado. Todo apoio à Luciane Carminatti e à luta das mulheres!

Pedro Uczai
Deputado Federal (PT-SC)

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