Campanha prepara dossiê contra “pacote do veneno” e debate enfrentamento a agrotóxico

A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida começou sua mobilização em 15 de junho e vai manter os trabalhos até o dia 6 de julho. Na data final, será lançado o Dossiê Contra o Pacote do Veneno e em Defesa da Vida, sobre o Projeto de Lei (PL) 6299/02, que flexibiliza ainda mais o uso de agrotóxicos no país.

Na terça-feira (29), foi realizado o terceiro encontro da mobilização nacional. O evento trouxe para o debate “As políticas e práticas de redução de agrotóxico” e de promoção da agroecologia. A ideia foi mostrar que a agricultura sustentável e produtiva pode ser feita e já está sendo realizada em vários locais. No encontro, foram tratados temas como o aumento da fome em meio aos recordes de safra do agronegócio, a lei pioneira do Ceará de proibição da pulverização aérea no estado, a iniciativa Agroecologia nos Municípios e a produção agroecológica e orgânica.

De acordo com Juliana Acosta, representante da Campanha, a discussão é de extremo interesse da população. “Ninguém quer comer mais veneno. Ninguém quer agrotóxico na água. Ninguém quer agrotóxico no leite materno. Mas, sabemos que existe uma forte pressão da bancada ruralista para que a presidência da Câmara coloque em votação o PL 6299, de 2002”, diz. Segundo Acosta, esse projeto é avaliado com preocupação há anos pelo grupo. “Ele já passou pela comissão especial, mas, até o momento, ele está parado para votação no plenário. E, nesse momento, em que a gente discute uma crise sanitária sem precedentes, em que muita gente está morrendo, e sobrecarregando o sistema de saúde, não parece o momento oportuno para discutir qualquer projeto que traga ainda mais veneno para a população”, explica.

Segundo o deputado Pedro Uczai (PT-SC), coordenador do Núcleo Agrário do Partido dos Trabalhadores na Câmara, os venenos estão sendo liberados cada vez mais desde o governo de Michel Temer e, agora, com o governo de Jair Bolsonaro, mais ainda. “Por isso a importância de discutir o impacto sobre as águas, sobre o meio ambiente, sobre o alimento e sobre a vida humana, a saúde humana. Por isso que essa mobilização tem como objetivo não só fazer uma crítica e compreender as consequências do uso excessivo de agrotóxicos no Brasil, sobre o meio ambiente e sobre a vida humana, mas também o que nós vamos colocar no lugar”, afirma. “Por isso, uma política nacional de redução de agrotóxicos. Por isso, uma política pública de apoio à produção de alimento saudável, agroecológico, agroflorestal”, complementa.

Texto adaptado de matéria do Brasil de Fato

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